Mergulhado em ti tão elevadamente, eu vi que soergueu a Divindade. Então, Ela marcará teu olhar, teu sorriso, teu toque. E, por fim, marcará a vida e o coração de quem cruzar o teu caminho. E será de forma tão doce, tão mansa e, delicadamente, que se curvarão diante de ti, até contra a tua vontade.
No momento em que és apenas humano, te incomodas por ser a Luz que plantas para ti e para mim e para nós, que ficamos assim, enternecidos com a tua Presença.
Que tu aceites de bom grado aquilo que é teu por direito e também o desafio de saber que o teu Eu Real representado é Energia Pura e o representante, teu corpo frágil, é areia que revoa pelas dunas nos litorais da nossa jornada.
Careço de deixar essas páginas para trás, mas não sem antes dizer do valor delas todas.
A ti com desejo tropego, sem nenhum cuidado, dediquei algum do teu tempo, tentando me encontrar... você se foi e eu nem percebi, já estava nos moinhos de ventos e eles eram fortes!
As brisas falsas da ilusão enebriou meus sentidos com um único beijo e perdido estive em mim muito tempo, buscando respostas em meio ao medo de me perder de vez. Tu passastes e quando me vi em teus olhos, te rejeitei... já era tarde.
Na ilusão de que meu não seria tua ruína, vivi intensamente nossas vidas, até perceber que vivia só e quando dei um basta, me vi em teus olhos, em teu corpo, só que agora quem estava só era tu. Já não tinhas minha companhia... tinha caminhado demais para voltar.
A chantagem, mórbida, torpe ancorou nossas vidas sem progresso, foram muitas as marés cheias, vazantes e muitas baixas; tempestades e uns poucos dias ensolarado, mas que nos trazia tanta paz que se quer percebíamos que eram poucos... essa, mansa e sabiamente acorrentou de tal maneira que foi com preciosa luz a incisão, assim não fosse elas ainda existiriam e, vigio para que nas pontas acabem o magnetismo. Este foi um longo capítulo e ainda finalizo páginas inacabadas!
Tu entrou na minha vida, sem pedir licença, sem censura, sem pudor, me assaltou tudo.
Foi muito bom! Agradeço os momentos que nunca fui capaz de repetir. Eram somente seus.
Uma paixão avassaladora, tirou meus pés do chão, me senti escrava, subjugada a esse querer que tive a ilusão de ser maior que eu! Mas, tarde percebi que fora vingança e nem era de mim! Não se tratava de mim! Também não queria enxergar isso! Queria queimar toda a lenha que levei. E queimei com consciência tranquila de quem quer chegar ao fim. Não Importa, vacina dói mesmo e hoje me rendo sem me render, graças a ti.
Tu mergulhas de cabeça e eu deixo! Também queria que assim fosse, mas não esperava a intensidade pois não era recíproca. Tivemos muitos ganhos, eu diria que mais do que perdas... tivemos ganhos imensos em nosso crescimento e hoje, de forma madura e muito amigável falamos de nossas experiências e agradecemos juntos o que tivemos.
Me deixo visitar pela ilusão novamente, achando ser mestre em muitas vertentes; que seria para a vida toda, duraram as mentiras, as escusas e por fim um anjo desvelou toda a ilusão. Madura, mais amigável que nunca, contabilizamos juntos perdas e danos e a conclusão foi de muitos ganhos.
E sem esperar, um raio de sol brilha ofuscando minhas vistas de tanta Luz! Um brilho dourado, azul e rosado, com uns tons de lilás. Ainda que eu tente expressar não codifico em palavras a intensidade da luz. Despertou todos os sentimentos anteriores juntos e misturados, mas, intocável, proibido, mesmo que generoso e amado, provoca descobertas, dores, saudades e resiliências. Nunca absorve, nutre! Mas, passível de transmutação serena e firme até apurar tanto que de tanto apuro se torne incondicional.
E ainda sim, continua sendo só eu... Não! isso não é pesar é constatação! é reflexão e cabe muitas perguntas e respostas!
Para quê? Escrever é como pintar... pode ser abstrato, cubismo ou dadaismo. Arte barroca ou moderna. É para viver e se desprender dessas cores, nuances, palavras... da ponta do pincel, dos dedos ou da língua! É para se libertar! Desapegar!
Aprender a ser livre tem caminhos, métodos, dialética... ao final, tudo fica aí e volto eu, sem nada do que levei por não ter levado, sem nada do que foi meu, que de fato era emprestado e sem nada para levar, somente os ganhos do Ser.